terça-feira, 20 de setembro de 2016

Novo blog

Oi! Estou passando aqui para avisar que o blog está com um novo endereço!
Não vou apagar este aqui pois tem muita coisa que ainda não consegui passar para o novo site, mas também não vou escrever mais nada de novo no blogspot.

Aqui vai o endereço novo: www.poressaseoutras.com.br

domingo, 19 de junho de 2016

Berlim e os resquícios do Muro

Como sabemos, muitos monumentos e prédios históricos tiveram que ser reconstruídos em Berlim após a Segunda Guerra Mundial. Depois desse período, a cidade ainda sofreu grandes transformações em razão da construção do Muro que separou Berlim Ocidental de Berlim Oriental durante quase 30 anos, de 1961 à 1989. Diversas partes desse muro estão espalhadas pela cidade e podem ser visitadas gratuitamente. Antes de falar sobre esses lugares, vou contar um pouco da história desse muro.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial e a consequente derrota dos nazistas, a Alemanha foi ocupada pelos Aliados e dividida em uma parte soviética, americana, britânica e francesa. Os quatro poderes determinavam as novas ordens políticas, econômicas e sociais das suas respectivas zonas. O objetivo era apagar todo e qualquer traço do nazismo e democratizar o país. 

Em pouco tempo a coalização Anti-Hitler se separou. A União Soviética estendeu suas bases e instaurou ditaduras sob o comando de partidos comunistas em países europeus. Para combater essa expansão, os Estados Unidos levou mais tropas para a Europa e Ásia. E então começou a Guerra Fria entre duas ideologias irreconciliáveis que lutavam pela hegemonia mundial. Uma das regiões onde a guerra fria se estabeleceu com mais contundência foi na Alemanha dividida. 

Na noite do dia 12 de agosto de 1961, Walter Ulbricht, líder do Partido Socialista Unificado da Alemanha deu ordens para fechar as fronteiras da parte dominada pela União Soviética e as demais regiões comandadas pelos EUA, Grã-Bretanha e França. A medida tinha como objetivo evitar fugas que já haviam acontecido durante os anos anteriores do lado Oriental para o Ocidental. 
Durante os 28 anos que o Muro dividiu a nação, mais de cinco mil pessoas escaparam do lado controlado pela União Soviética para a parte comandada pelos países ocidentais. Infelizmente, 136 perderam a vida ao tentar atravessá-lo. 
Em 1963 a Alemanha Oriental e a Ocidental fizeram um acordo para permitir os berlinenses que moravam do lado Oeste para visitar seus parentes que ficavam do outro lado. Mais de um milhão de visitas ao lado Leste foram registrados no final daquele ano. Até 1966 a tradição se manteve, após esse período as duas Alemanhas não chegaram a um acordo e então milhares de famílias ficaram impossibilitadas de se ver por seis anos, até que o acordo foi retomado em 1972. 
Nos anos 80, o regime soviético foi perdendo a força e dando cada vez mais independência para os países sob seu comando. No início de 1989, mais de cem mil pessoas da Alemanha Oriental enviaram pedidos para deixar o país, a população começou a protestar e o regime a enfraquecer. 
No dia 9 de novembro de 1989, o dirigente da Alemanha Oriental, Egon Krenz estava prestes a anunciar na TV as novas medidas que iam permitir os cidadãos visitar a Alemanha Ocidental por mais de 30 dias e também permissões para saídas definitivas. Krenz entregou ao seu porta-voz, Gunter Schabowski, o documento com as informações necessárias. Schabowski não estava presente quando as medidas foram aprovadas ou quando Krenz leu a lei para o seu comitê. Por esta razão, ele não estava informado sobre o tempo de espera estabelecido para emitir os vistos pelo governo. O porta-voz diz que as medidas entrariam em vigor imediatamente. E com essa frase, encerra a mais desastrosa coletiva de imprensa da história. A imprensa logo começou a divulgar que a Alemanha Oriental abrira suas fronteiras e as pessoas começam a ir às ruas e a pressionar os guardas que cuidavam do muro, e que nada sabiam sobre a decisão de liberar a circulação. Temendo pelas próprias vidas, devido à forte pressão da população, a polícia decidiu finalmente deixar todos passarem para o outro lado. Algumas horas depois, berlinenses dos dois lados celebraram a queda do muro embaixo do Portão de Brandemburgo.

Memorial do Muro - Centro de documentação
É bom começar a visita pelo Memorial. A história é contada em detalhes desde a construção do muro, como isso mudou a vida das pessoas até a queda. Dá para ouvir depoimentos de pessoas que cresceram no período da Guerra Fria, ficaram separadas das famílias e até perderam parentes que tentaram escapar. Alguns objetos inusitados estão expostos, como o pé de pato de um homem que escapou nadando pelo Canal Teltow. Histórias  curiosas e tristes de como as famílias faziam para se comunicar são expostas. Tudo isso pode ser lido lá em alemão e inglês. A entrada é gratuita. Em frente à exposição existe marcas de onde o muro passava e um memorial em homenagem às vítimas que tentaram atravessar, mas acabaram perdendo a vida ao fazê-lo. 

Endereço: Bernauer Str. 111, 13355 Berlin, Alemanha
Estação: Nordbahnof



Memorial do muro de Berlim 
Centro de documentação do muro
Eastside Gallery
Uma galeria de arte a céu aberto localizada às margens do rio Spree. Com 1.3 km de extensão, essa é a maior parte do muro que ainda restou. As paredes foram pintadas por 118 artistas de 21 países. Os artistas tentaram retratar os momentos políticos da Alemanha  antes e depois da queda do muro. Aproveite para passear pela linda ponte Oberbaumbrücke que fica ao lado. 
Endereço: Mühlenstraße,10243 Berlin,Alemanha
Estação: S+U Warschauer Str. 


Ponte Oberbaumbrucke
Eastside Gallery
Checkpoint Charlie
O mais famoso posto militar da fronteira entre as duas Alemanhas é hoje um ponto turístico na cidade. Diplomatas, jornalistas e turistas passavam por este local para entrar na Alemanha Oriental com o visto de um dia. Foi ali que, no auge da crise entre EUA e URSS, os tanques das duas super potências ficaram um de frente para o outro, amedrontando o planeta para uma possível Terceira Guerreira Mundial. 

Uma placa com os dizeres: "Você está deixando o setor americano", em inglês, russo, francês e alemão, ficava no ponto em que dividia a cidade. Até a queda do muro em 9 de novembro de 1989, essa era uma fronteira importante entre o Oeste e o Leste, entre o capitalismo e o comunismo. 
Os turistas podem tirar fotos com duas pessoas vestidas de soldados que ficam na cabine de controle da fronteira. A história do Checkpoint Charlie bem como detalhes sobre o Muro podem ser conferidas de perto no museu que fica ao lado. Por falta de tempo não visitei. Mais informações neste link
Endereço: Friedrichstraße 43-45, 10117 Berlin, Alemanha
Estação: U Kochstr./Checkpoint Charlie 

sábado, 18 de junho de 2016

Berlim: Estádio Olímpico, Palácio de Charlottenburg e Catedral

Ir para Berlim e mergulhar na história da Segunda Guerra Mundial,  é inevitável. Muitos prédios e monumentos tiveram que ser refeitos, pois foram todos destruídos durante a guerra. Após, a cidade passou pela construção do Muro, em 1961, que separou famílias e amigos por quase 30 anos. É interessante repensar a história no local em que os fatos ocorreram, mas depois de algum tempo você também cansa e busca passeios alternativos em que a guerra, o muro, as mortes não estejam presentes. Por essas razões, vão aqui boas dicas para fugir (um pouco) desses temas enquanto estiver por Berlim.

Estádio Olímpico

O estádio fica um pouco afastado de outros pontos turísticos na cidade, por isso indico que quem vai visitá-lo aproveite para passar na volta pelo Palácio de Charlottenburg (Schloss Charlottenburg). 
O estádio foi construído entre 1934 e 1936 para os Jogos Olímpicos de 1936 e pode receber até 74 mil torcedores. Hoje o estádio recebe grandes eventos (como a Copa da Alemanha) e, também, jogos do Clube Hertha BSC. 
Em 2006, o Estádio Olímpico de Berlim recebeu alguns jogos e a final da Copa do Mundo. O local é famoso por ter recebido este último evento é claro, mas também ficou conhecido por ser o estádio onde Hitler divulgou a propaganda nazista. A imagem esportiva da Alemanha dos anos 30 serviu para promover o mito de superioridade racial ariana. Os judeus foram excluídos do mundo esportivo alemão nesta época. Os nazistas prepararam tudo para os Jogos Olímpicos de 1936. Foi construído um imenso complexo esportivo e todos os traços de anti-semitismo e racismo foram escondidos: os nazistas retiraram as placas que proibiam a circulação dos judeus e também não perseguiram os estrangeiros pelas leis anti-homossexuais. Alguns países ameaçaram boicote ao evento devido à política racista de Hitler, mas no fim das contas, 49 equipes esportivas vindas do mundo inteiro participaram, um recorde para aquele momento. 
O estádio é aberto para visitas. Eu não consegui entrar, pois teria um jogo à tarde e os portões para visitação estavam fechados. O ingresso custa 7 euros.
Endereço: Olympischer Platz 1 - 14053 Berlin
Estação de metro: U Olympia-Stadion
Horários de funcionamento: novembro à março: das 10h às 16h; abril à outubro: das 9h às 19h; agosto das 9h às 20h. É bom estar atento aos dias de jogos neste site para programar sua visita de maneira a usufruir melhor do clima esportivo presente na cidade. Mais informações aqui

Palácio de Charlottenburg (Schloss Charlottenburg)

O maior palácio de Berlim foi construído em 1699 pelo Príncipe eleito, Friederich III, cuja finalidade seria um Palácio de Verão para a esposa, Sophie Charlotte. 
O local passou por diversas construções com o passar dos anos, tanto para aumentá-lo quanto para modificá-lo. Nele existe uma coleção enorme de pinturas francesas do século XVIII, a maior fora da França. A enorme coleção de porcelana chinesa e japonesa e os quartos reais já fazem da visita um belo passeio. 
O palácio foi quase todo destruído durante a Segunda Guerra Mundial. A versão que temos dele hoje é uma cópia fiel de como era antes. A reconstrução começou em 1950. Vale a pena pegar o áudio-guia, que é gratuito, na compra do ingresso. A visita vale pelo jardim que é deslumbrante. Se você não quiser comprar ingresso para entrar no Palácio, pode só visitar o jardim que é gratuito. A melhor época para conhecer é na primavera e no verão. O valor do ingresso é de 10 euros e para ter permissão de tirar fotos tem de pagar mais três. 
Endereço: Charlottenburg Palace - spandauer Damm 10-22
Estação de metrô mais próxima: Richad-Wagner-Platz 
Horários de abertura: Veja este site



Catedral de Berlin (Berliner Dom, Berlin Cathedral)

A Catedral foi construída pela primeira vez em 1465, mas somente em 1905 ela tomou a forma que tem hoje. É a maior e mais importante Igreja Protestante de Berlim. A Catedral também foi destruída durante a Segunda Guerra e ficou fechada durante os anos em que a cidade ficou separada pelo muro, reabrindo suas portas em 1993. A vista da cidade de cima da Catedral, vale o sacrifício. Como não subi na Torre de TV, fui até o topo da Catedral (que atinge 116 metros de altura) e pude ver a cidade inteira. Aqueça as pernas antes, pois para chegar ao topo é necessário subir 270 degraus. No final recebemos a recompensa de uma vista maravilhosa. 
O subsolo da Catedral abriga uma cripta que conta com mais de 90 tumbas e sarcófagos, incluindo a do rei Friedrich III e da rainha Sophie Charlotte. 
A Catedral fica na Ilha dos Museus. O ingresso custa 7 euros e, para estudante, 5. 
Horários de funcionamento: segunda à sábado: das 9h às 20h; sábados e feriados: do meio dia às 20h. De primeiro de outubro à 31 de março: fecha às 19h. 
Estação: Alexanderplatz 




quarta-feira, 15 de junho de 2016

Museus em Berlim

Quem me conhece sabe que adoro museus e sempre que viajo faço questão de visitar alguns. Acho que ao entrar em um museu sentimos a vibração da arte e da época vivida.
Em Berlim existem muitas opções, e foi bem difícil escolher quais museus visitar nos cinco dias que passei por lá. Fiz uma maratona e consegui ir a nove museus. Abaixo conto um pouco sobre cada um deles. 

Museu Histórico Alemão (Deutsches Historisches Museum)
A exposição permanente conta mais de 1500 anos de história da Alemanha. O segundo andar é dedicado às mudanças das fronteiras na Europa e como a Alemanha e a língua alemã foram modificadas com o passar do tempo. Seguindo a ordem cronológica, o museu expõe as publicações de Martinho Lutero em 1517 , bem como as reformas que propôs à Igreja tendo como consequências transformações políticas e religiosas para toda população. Um outro momento importante da história alemã destacado no museu é a fundação do Império Alemão, em 1871.   Movido pelo forte nacionalismo e uma expansão econômica muito grande, o império em 1914, foi levado à Primeira Guerra Mundial. O passeio pelo segundo andar termina com a derrota da Alemanha em 1918 e o colapso do Império Alemão. 
No primeiro andar a exposição começa com o período após a Primeira Guerra. Naquele momento, o povo alemão vivia na miséria e a taxa de desemprego era muito alta. Isto levou a uma radicalização política da população e o crescimento do NSDAP (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães) como um partido político de massa. Em 1933, Adolf Hitler foi apontado como Chanceler do Reich, e os nazistas rapidamente estabeleceram uma ditadura totalitária que perseguiu e aniquilou os judeus, os oponentes políticos e outras pessoas que não eram de acordo com a ideologia racial dos nazistas. Assim foram se estabelecendo as condições para a deflagração  da Segunda Guerra Mundial que começou em 1939 com a invasão da Alemanha na Polônia. O fim do nazismo na Alemanha aconteceu em 1945 colocando um ponto final na Segunda Guerra que fez mais de 50 milhões de vítimas. O museu expõe também a divisão da Alemanha em quatro zonas e a construção do Muro após a Segunda Guerra. (Sobre esta questão  vou falar mais em outro post). 
É um museu imprescindível, pois conta a história da Alemanha desde o seu começo e não somente os últimos acontecimentos que são os mais conhecidos do público.
Endereço: Unter den Linden 2, 10117 Berlin - Dá para ir caminhando do Portão de Brandemburgo ou da ilha dos Museus que fica ao lado. É aberto todos os dias das 10h às 17h. O ingresso custa 8 euros e 4 para estudante. Mais informações aqui: https://www.dhm.de/en/ausstellungen/permanent-exhibition.html

Ilha dos Museus  (Museu Novo, Museu Antigo, Antiga Galeria Nacional, Bode Museu e Pergamon Museu)
Uma pequena ilha localizada bem perto da famosa torre de televisão de Berlin é conhecida como a Ilha dos Museus. São cinco museus importantes que ficam lá e também a Catedral de Berlim. O ticket que comprei para visitar todos os museus por três dias custa 19 euros (ou 9.50 para estudantes) e permite que o visitante vá em 60 museus. Ou seja, uma longa lista para escolher. O ticket pode ser adquirido em qualquer um dos museus da Ilha. Uma dica é usar o áudio-guia que é gratuito e está disponível nos museus da ilha, em várias línguas (menos em português). Esse é um recurso importante para melhor aproveitar a visitação.

Atles Museum (Museu Antigo ou Old Museum)
Atles Museum
Este museu foi construído entre 1823 e 1830 e sua arquitetura é impactante, parece que estamos na Grécia no período da Antiguidade. A exibição permanente é  uma coleção de antiguidades dos Gregos e Romanos. A arte romana é apresentada também através de retratos e esculturas de Cezar e Cleópatra.

Neues Museum (Novo Museu ou New Museum)
O Neues começou a ser construído em 1841. Ele sofreu muitos danos durante a Segunda Guerra e continuou em ruínas até 1999. Somente em 2009 o museu foi reaberto e expõe obras do Egito e da pré-história. O desenvolvimento das culturas da Eurásia no período Paleolítico até a Idade Média são retratados através de esculturas, papiros e pinturas. Um dos tesouros do museu é o busto de Nefertiti que foi uma esposa do faraó egípcio, Aquenáton. A obra feita de calcário tem cerca de 3.400 anos de idade e retrata a beleza de Nefertiti que impressiona a todos até hoje.
Alte Nationalgalerie
Alte Nationalgalerie (Galeria Nacional Antiga ou Old National Galery)
Inspirado na Acrópolis de Atenas, o belo edifício foi construído entre 1867 e 1876. Foi o meu museu preferido na ilha, pois expõe uma coleção de pinturas do século XIX, período entre a Revolução Francesa e a Primeira Guerra Mundial. Obras dos impressionistas Edouard Manet, Claude Monet, Auguste Renoir e Paul Cézanne enriquecem ainda mais o museu. 

Bode Museum
O nome engraçado do museu é uma homenagem ao seu primeiro curador,  Wilhelm von Bode, em 1956. A coleção expõe tesouros da arte bizantina (do século  III ao XV) de esculturas (da Idade média ao século XVIII) e uma coleção de moedas da antiguidade. Um museu interessante, mas o que tinha menos visitantes quando estava lá, por isso gostei ainda mais.

Pergamon Museum
Este é, com certeza, o museu mais famoso da ilha e de Berlim. Ele recebe mais de um milhão de visitantes por ano e por isso as filas de entrada são longas. Recomendo chegar cedo, pelo menos meia hora antes da abertura para garantir que não vai ter muita gente no momento da sua visita. O museu estará em reformas até 2025, por isso algumas salas estão fechadas para visitas. Mas mesmo assim, vale a pena visitar as outras áreas. 
O mais impressionante são as reconstruções arqueológicas do Altar Pergamon de Zeus (originalmente construído no século II , na região da Turquia) e o Portão do Mercado de Miletos (século II). A parte do museu dedicada à arte Islâmica está muito interessante, não  tinha visto nada parecido; as cerâmicas e pinturas são relíquias que contam a história da humanidade. 

Gemäldegalerie 
O museu, localizado fora da Ilha, tem uma das mais importantes coleções de pinturas europeias do século XII ao XVIII. Lá estão quadros de Raphael e Caravaggio entre outras. A maioria das obras são italianas e alemãs. É interessante passear com o áudio-guia, pois as principais obras são detalhadas por historiadores, fazendo uma grande diferença. Caminhando pelo parque Tiergarten, passando pela Orquestra Sinfônica você leva 20 minutos. O ticket para três dias de acesso livre à 60 museus é válido também para este. 

DDR Museum
Este com certeza foi o meu preferido. O museu é interativo e nos permite entender e ver como a Alemanha socialista funcionava. Eu já tinha visitado o memorial do Muro de Berlim e outros lugares que contavam a história de quando o país ficou dividido, mas nenhum mostrou em detalhe como as pessoas viviam, o que elas faziam, o que comiam, onde iam. Você pode ver, tocar e viver essa experiência da Alemanha oriental, no período de 1961 à 1989. Custa 9,50 euros (7,50 pela internet) para entrar e 6 euros para estudante. O museu fica ao lado da Ilha dos Museus, perto da Catedral de Berlim.

Judisches Museum (Museu Judaico)
O Museu Judaico de Berlim cobre mais de 2 mil anos de história dos judeus e a relação dos judeus com os alemães. É o maior museu judaico da Europa.  Ao contrário do que imaginei, eles não focam somente no período do nazismo, mas nos costumes, nas personalidades judaicas e como eles vivem até hoje. A situação mais chocante que vivenciei no museu é na entrada, onde o visitante passa pela exposição de objetos e cartas de pessoas que tentaram escapar dos nazistas e acabaram sendo pegas. É triste e muito intenso. No final,  passamos por  uma pequena sala escura com a Torre do Holocausto que recebe um pouco de luz no topo. Ideal para um momento de reflexão. Na verdade, por todo o museu existem lugares vazios que propiciam um tempo ao visitante pensar sobre o que acabou de ver ou ler. 

terça-feira, 14 de junho de 2016

Berlim - monumentos e visita ao Parlamento Alemão (Bundestag)

Berlim é uma das cidades mais legais que já visitei. Ela é moderna, cosmopolita e, ao mesmo tempo, tem muita história por todos os cantos. Afinal, se formos pensar no passado recente (por volta de 100 anos) os berlinenses passaram por duas Guerras mundiais e um muro que separava Berlim em Ocidental e Oriental. Por isso, muitos monumentos tiveram que ser reconstruídos. 
Eu adorei conhecer a cidade e saber mais sobre a história do povo alemão. Nesse post vou falar sobre os monumentos que valem a pena visitar e o Parlamento Alemão. E a melhor parte: tudo de graça! 

Portão de Brandemburgo 
Um dos cartões postais da cidade, o portão de Brandemburgo foi construído entre 1788 e 1791 e foi inspirado na Acrópole de Atenas. Foi o rei da Prússia, Frederic Guillaume II, que encomendou o monumento. Ele queria chamar atenção para a entrada da movimentada Avenida Unter den Linden. O portão é hoje o único vestígio das 18 portas originais da cidade. 
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Portão foi bastante danificado pelos bombardeios. No período de 1961 à 1989 em que a cidade foi dividida entre Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental, o portão ficou fechado, sem permitir a passagem da população de um lado para o outro. Foi ali que em 1987 o Presidente americano Ronald Reagan provocou seu adversário Mikhail Gorbatchev durante a Guerra Fria: "Derrube este muro!". 
Somente após a reunificação da Alemanha em novembro de 1989 que o Portão foi reaberto e até hoje simboliza a união do povo de Berlim. A reabertura oficial aconteceu no dia 22 de dezembro de 1989 e mais de 100 mil pessoas foram celebrar o evento. 
Endereço: Pariser Platz 1, 10117 Berlin
Estação de metro: S+U Brandenburger Tor


Memorial aos Judeus assassinados da Europa
Passando pelo portão da estação de metro em direção ao parque Tiergarten, você caminha 5 minutos e chega ao Memorial aos Judeus, em Berlim. A homenagem é feita aos judeus assassinados durante o genocídio nazista na Segunda Guerra Mundial. São construções de pequenos muros de cor cinza que transmitem o tom trágico do acontecimento. 
O centro de informações fica no subsolo da estrutura e disponibiliza documentos das vítimas do nazismo e das famílias. Biografias, gravações e informações são disponíveis para os visitantes sobre os judeus que viviam na Alemanha durante o massacre feito pelos nazistas. 
O monumento é recente, ficou pronto em maio de 2005. São 2.711 blocos retangulares de concreto que lembram caixões e são separados para que o visitante possa caminhar entre eles. O lugar é impactante, propício para uma reflexão.
O memorial fica aberto 24 horas por dia e todos podem passar por ele livremente, sem necessidade de comprar ingresso. 
A estação mais próxima é a mesma do Portão de Brandemburgo. 
Endereço: Ebertstraße 10, 10117 Berlin

Parlamento Alemão (Bundestag)
O Parlamento Alemão também fica pertinho do Portão de Brandemburgo, menos de cinco minutos caminhando para o lado contrário do Memorial aos Judeus. A visita à Cúpula é gratuita, mas você precisa agendar pela internet através deste link ou ir até lá cedinho e reservar a entrada para o mesmo dia (algumas horas mais tarde) ou para outro dia. Você precisa levar o passaporte para reservar o bilhete. E prepare-se para uma fila... Eu cheguei às 8h e fiquei esperando 1h para conseguir o meu ticket.  
O Bundestag é um dos parlamentos mais visitados no mundo: cada ano três milhões de pessoas passam por lá. O prédio mais visitado é o Reichstag que é onde fica a cúpula que permite uma vista incrível da cidade. 
O Reichstag foi inaugurado em 1894 quando a Alemanha ainda não era uma República. Somente em 1918 que o chanceler Philipp Scheidemann proclamou a República através de uma das janelas do Reichstag. Durante os anos 30, época que Hitler esteve no poder, o prédio foi destruído por um incêndio.  Muitos historiadores acreditam que a destruição foi provocada pelos seguidores do ditador. O prédio foi reconstruído e em 1990 aconteceu a primeira reunião da Alemanha reunificada após a queda do Muro. 
A cúpula fica aberta para visitas todos os dias das 8h às 24h. Um áudio-guia é disponível em 10 línguas, inclusive em português. Esse recurso possibilita saber mais sobre a história do prédio, do Parlamento e dos monumentos em volta do Bundestag.  



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Duas dicas de bons cafés em Montreal

Anticafé Montréal 
Adoro descobrir lugares novos na cidade e aqui, diga-se de passagem, não é uma tarefa muito difícil. Fico impressionada com a criatividade dos empreendedores. Há poucos dias fui no Anticafé que é muito bem localizado, na Place-des-Arts em Montréal. A proposta é a seguinte: "faites comme chez vous" - faça como se estivesse em casa. Ao chegar no café é preciso tirar os sapatos (hábito maravilhoso que os canadenses têm e nós adquirimos ao nos mudarmos para cá), o casaco, colocar alguma das pantufas disponíveis para empréstimo e escolher algum lugar confortável para sentar. Pode ser em alguns dos sofás, puffs, poltronas ou mesmo nas cadeiras. O pagamento é feito conforme o tempo que você fica no local. A primeira hora custa 3 $ CAD e a hora adicional 2 $ CAD. Por esse valor você bebe chá e café à vontade e ainda pode comer quantos cookies e biscoitos quiser. O ambiente é muito legal e realmente nos faz sentir em casa. Muitas pessoas vão lá para ler, estudar ou mesmo encontrar com os amigos. Preste atenção na decoração: os quadros espalhados estão à venda assim como alguns móveis vintage. Alguns dias à noite tem grupos de conversação de francês, inglês, espanhol ou até japonês. A programação pode ser acompanhada na página do facebook do café, é só clicar aqui

Padoca Patisserie Brésilienne
Sabe quando dá aquela vontade de comer uma coxinha, um pastel, um pão de queijo, ou melhor ainda, uma empadinha? A saudade de casa aumenta e você fica pensando porque o Starbucks, o Second Cup ou qualquer outro café por aqui só oferecem muffins, cupcakes, cookies e uma infinidade de opções doces e quase nada de salgado. Tem vezes em que tudo que queremos é um pequeno pão de queijo, mas aqui é quase impossível achar algum lanche pequeno, tudo é muito grande e, na maioria das vezes, doce. A Padoca foi uma surpresa muito agradável. Levei um casal de amigos da Bulgária para conhecer o local e fiquei receosa de que achassem tudo muito gorduroso, mas no final das contas eles adoraram e até planejam voltar. O pastel é frito na hora, feito no capricho. O preço é bem acessível também. A coxinha custa 3,50 $ CAD, o pão de queijo 0,50 $ CAD e o brigadeiro 1 $.  A Padoca fica perto do metro Berri-UqaM, e as informações sobre horários de funcionamento você confere nesse link.

Anticafé em frente da Place-des-Arts

Cookies à vontade no Anticafé

Padoca
Coxinha de frango e queijadinha


domingo, 10 de janeiro de 2016

Hotel de gelo em Québec (Hôtel de Glace)

Viajar durante o inverno no Hemisfério Norte para o Canadá é uma aventura e tanto. Um dos lugares imperdíveis para conhecer é o Hotel de Gelo, na cidade de Québec. Todos os anos, de janeiro até março, é possível visitar e inclusive se hospedar no hotel. Em 2016 ainda dá para programar uma visita, pois o estabelecimento fecha as portas somente no dia 28 de março. É bom chegar cedo, pois no ano passado durante os três meses de funcionamento do hotel, o local recebeu 120 mil visitantes, dos quais 5.700 passaram a noite por lá.
O hall principal, o bar, a capela, as 44 suítes são totalmente feitas de gelo. Completam essa estrutura um SPA e Sauna tradicionais. No dia em que fomos visitar estava fazendo -20°C em Québec e achamos que dentro do hotel ia ser menos frio já que a administração promete que as temperaturas não ficam abaixo dos -4°C lá dentro. Mas na verdade quase não notamos diferença da temperatura no interior dos quartos e na rua.
Para visitar o hotel é bom ir de carro, pois você fica livre pra voltar a hora que quiser. Existem shuttles que fazem o transporte até o hotel, que fica a 10 minutos do centro de Québec, mas se você for com mais pessoas talvez seja mais econômico alugar um carro mesmo.
Não fique com medo de passar muito frio, pois existe uma estrutura fechada, ao lado do hotel, onde você pode entrar, tomar um café e almoçar dentro de uma sala quentinha. É bom se aquecer de tempos em tempos, senão a experiência pode se tornar dolorosa. Existem várias opções de pacote para visitação, vocês podem conferir no site clicando neste link. A visita custa 18,25 $CAD para adultos e dá direito a passar o dia todo lá dentro. Para os corajosos que desejarem se hospedar, deverão desembolsar 269$CAD por pessoa, ou aproveitar a promoção de janeiro por 199$CAD. As camas são feitas de gelo, mas em cima delas é colocado um colchão e um cobertor bem grosso. É claro que não dá para acender um "foguinho" lá dentro, afinal as temperaturas devem ficar baixas mesmo para não correr o risco de tudo derreter.
Muitos quartos são desenhados por estudantes de arquitetura de Universidades quebequenses que concorrem a prêmios devido à originalidade das suítes. Vale a pena passar por todas para conferir as esculturas de gelo dentro de quase todos os quartos.
Ainda existe a possibilidade de fazer uma festa de casamento no hotel. O pacote mais barato para fazer a celebração lá dentro com 10 convidados é de 2.399$CAD. Certamente será uma experiência incrível, pois foge totalmente do padrão que vivenciamos no Brasil.
Além de tudo, ainda há a possibilidade de visitar o hotel através do tour virtual disponível neste link.
Coloco algumas fotos que fiz do hotel aqui neste post para vocês conferirem. Espero que gostem!







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